quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Após denúncia de fraude, oposição planeja depoimento do ministro das Cidades no Senado

A oposição ao governo Dilma Rousseff já está se movimentando para ouvir no Senado o ministro das Cidades, Mario Negromonte. Uma reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" apontou nesta quinta-feira (24) que um parecer emitido pela pasta foi mudado para permitir um aumento de R$ 700 milhões na previsão de gastos de uma obra de transportes em Cuiabá, ligada aos preparativos para a Copa do Mundo de 2014.

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), informou ao UOL Notícias que já há dois convites aprovados para ouvir o ministro. Ele espera que a audiência pública conjunta das comissões de Fiscalização e Controle e de Infraestrutura se realize nos próximos dias, como aconteceu com outros aliados da presidente envolvidos em denúncias de corrupção.

"O ministro há está convidado desde antes, para falar de outros assuntos. Agora temos de esclarecer mais essa denúncia gravíssima contra o governo da presidente Dilma", afirmou o tucano. Os oposicionistas também querem que o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União (TCU) investiguem a denúncia de fraude, segundo a qual os gastos teriam sido reajustados na troca da implantação de uma linha de ônibus pela construção de um veículo leve sobre trilhos (VLT).

Em nota, o Ministério das Cidades negou as acusações. Negromonte está reunido com assessores desde o início da quinta-feira para falar sobre o assunto, mas ainda não decidiu se dará entrevista coletiva para se explicar. Para o líder do PSDB no Senado, a denúncia contra o ministro do PP "está no mesmo patamar de realidade das outras, mas é mais parecida com as denúncias de mensalão do PR na pasta dos Transportes".

"Todas as denúncias contra membros do governo Dilma têm o mesmo fundo: o loteamento de ministérios entre os aliados. É um modelo errado e isso só tem se reforçado com a veracidade das acusações que fazem desde o início do ano", afirmou Dias. A presidente já perdeu Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo) e Orlando Silva (Esportes) após denúncias desse tipo.
Segundo o jornal, "o ministério das Cidades, com aval do ministro Mário Negromonte, aprovou uma fraude para respaldar tecnicamente um acordo político que mudou o projeto de infraestrutura da Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá (MT). Documento forjado pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, com autorização do chefe de gabinete do ministro, Cássio Peixoto, adulterou o parecer técnico que vetava a mudança do projeto do governo de Mato Grosso de trocar a implantação de uma linha rápida de ônibus (BRT) pela construção de um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Com a fraude, o ministério das Cidades passou a respaldar a obra e seu custo subiu para R$ 1,2 bilhão, R$ 700 milhões a mais do que o projeto original. A mudança para o novo projeto foi publicada no dia 9 de novembro na nova Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo".

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